A
ANATOMIA DO PRÓXIMO - “Quem é o meu próximo?”
Quando
um ser humano deseja fugir de sua responsabilidade intransferível de estender a
mão em ajuda a alguém ele age com muita astúcia. A ferramenta mais bem
empregada é o QUESTIONAMENTO. O questionamento faz crescer exponencialmente a
distância do necessitado. O questionamento transforma o homem de carne e osso que
precisa do básico em número de estatística. O questionamento transfere para o
governo o dever de cuidar do pobre, do mendigo, do marginalizado e do doente. O
questionamento faz da necessidade de alguém filosofia, sociologia e ideologia.
Quando
falamos em cuidar do próximo, certamente alguém evocará os poderes políticos e
as políticas possíveis para sanar as mazelas sociais, estes que apelarão às
políticas fazem ecoar a pergunta do religioso “Quem é o meu próximo?”. E quando
perguntam nada mais desejam do relativizar o PRÓXIMO e o distanciar de si
mesmo. É mais fácil viver REFLETINDO sobre “quem é” o que precisa de mim do que
agir de maneira prática e concreta na solução dos problemas.
“Quem
é o meu próximo?” Ele(a) é um trabalhador? Não seria este próximo um
aproveitador? E se for? E se eu ajudar este próximo e me prejudicar?
“Quem
é o meu próximo?” Ele(a) não tem direito a benefícios do governo? Por que não
tenta uma “bolsa família”?
“Quem
é o meu próximo?” Ele(a) não tem familiares que possam socorrer?
“Quem
é o meu próximo?” Ele(a) está estudando para poder ter um futuro melhor?
“Quem
é o meu próximo?” Ele(a) não poderia fazer algo para levantar recursos e se
sustentar?
Todas
estas perguntas são redundantes e nada mais são do que pretexto para a pessoa
que deseja ser negligente se sinta justificada...
Quando
alguém evoca o princípio do “Quem é o meu próximo?” está apenas querendo se
isentar da possibilidade de se envolver sem, no entanto, se sentir culpado.
É
mais fácil filosofar sobre a identidade do próximo do que colocar a mão no
bolso para socorrê-lo!
“Quem
é o meu próximo?” Creio que Jesus nos responderia com outra pergunta simples: “Você
não sabe?”.
Levantando-se
um doutor da lei, experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida
eterna?
Respondeu-lhe
Jesus: Que é o que está escrito na Lei? Como lês tu?
Respondeu
ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
toda a tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti
mesmo.
Replicou-lhe
Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Ele,
porém, QUERENDO JUSTIFICAR-SE,
perguntou a Jesus: E QUEM É O MEU
PRÓXIMO?
Lucas
10:25-29
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