quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A ANATOMIA DO PRÓXIMO - “Quem é o meu próximo?”





A ANATOMIA DO PRÓXIMO - “Quem é o meu próximo?”


Quando um ser humano deseja fugir de sua responsabilidade intransferível de estender a mão em ajuda a alguém ele age com muita astúcia. A ferramenta mais bem empregada é o QUESTIONAMENTO. O questionamento faz crescer exponencialmente a distância do necessitado. O questionamento transforma o homem de carne e osso que precisa do básico em número de estatística. O questionamento transfere para o governo o dever de cuidar do pobre, do mendigo, do marginalizado e do doente. O questionamento faz da necessidade de alguém filosofia, sociologia e ideologia. 

Quando falamos em cuidar do próximo, certamente alguém evocará os poderes políticos e as políticas possíveis para sanar as mazelas sociais, estes que apelarão às políticas fazem ecoar a pergunta do religioso “Quem é o meu próximo?”. E quando perguntam nada mais desejam do relativizar o PRÓXIMO e o distanciar de si mesmo. É mais fácil viver REFLETINDO sobre “quem é” o que precisa de mim do que agir de maneira prática e concreta na solução dos problemas.

“Quem é o meu próximo?” Ele(a) é um trabalhador? Não seria este próximo um aproveitador? E se for? E se eu ajudar este próximo e me prejudicar?

“Quem é o meu próximo?” Ele(a) não tem direito a benefícios do governo? Por que não tenta uma “bolsa família”?

“Quem é o meu próximo?” Ele(a) não tem familiares que possam socorrer?

“Quem é o meu próximo?” Ele(a) está estudando para poder ter um futuro melhor?

“Quem é o meu próximo?” Ele(a) não poderia fazer algo para levantar recursos e se sustentar?

Todas estas perguntas são redundantes e nada mais são do que pretexto para a pessoa que deseja ser negligente se sinta justificada...

Quando alguém evoca o princípio do “Quem é o meu próximo?” está apenas querendo se isentar da possibilidade de se envolver sem, no entanto, se sentir culpado.

É mais fácil filosofar sobre a identidade do próximo do que colocar a mão no bolso para socorrê-lo!

“Quem é o meu próximo?” Creio que Jesus nos responderia com outra pergunta simples: “Você não sabe?”.

Levantando-se um doutor da lei, experimentou-o, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?

Respondeu-lhe Jesus: Que é o que está escrito na Lei? Como lês tu?

Respondeu ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.

Replicou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás.

Ele, porém, QUERENDO JUSTIFICAR-SE, perguntou a Jesus: E QUEM É O MEU PRÓXIMO?

Lucas 10:25-29